sexta-feira, 23 de novembro de 2007

POEMA DO HOJE NU


POEMA DO HOJE NU

Corri os versos inversos
do corpo nu
cru
da jovem donzela meretriz
e afaguei-me do desprezo doloroso da carne alheia
Era esta a poesia nos meus olhos
Reencarnada no materialismo contemporâneo
rasgada no intrínseco sentimento
mastigada e vomitada em tela luminosa
Poesia fura-olhos
Cuspida e escarrada
entre a parafernalha das ondas das antenas

Olhe onde a onda anda

Nos céus seus
Secretos diálogos decorados
sem versos, inversos ao proposto
Erotismo exposto

Seu ritmo é o descompasso desaliterado
Sua assonância é um destempero temperamental e tal
Não há no eu lírico ingenuidade ou esperteza

Interesse

A primeira, a segunda a terceira pessoa são a mesma
No escárnio adultério do prazer-pele
prazer-língua orgasmo

Na escansão de você
nada faz sentido e não é sentido sem tido paixão

Sem paixão o poeta não tem poesia

Escritos

E na imagem da tela dos seus olhos, bobagem

Afasia