terça-feira, 18 de maio de 2010

AMANHÃ

AMANHÃ

Hoje, acordei
e não encontrei ar.
Vivi demais.
Pela manhã, a última janela fechava seus olhos.
O sol queimava a pele do passado.
E as folhas?
Secas,
secas e caídas...
...
e caindo.
Então, fiz poemas redondos
e girei em torno de si,
na rapidez expressa
de uma estrofe desconexa.
À noite, arrancaram as raízes do meu ventre,
e a saudade virou lembrança adormecida.
Sou fiel à altivez do tempo,
relapso contra-tempo de morte.
Livremente, levemente...
O acabado me define.

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